Pesquisa aponta que torcida Xavante é a maior de Pelotas

Pesquisa apontou que torcida Xavante, em Pelotas, é maior do que a da dupla Grenal

O "Blog Teoria dos Jogos", realizou, pela primeira vez, uma análise de torcidas em uma cidade do Rio Grande do Sul: Pelotas, terceira maior população do estado, a 250 km de Porto Alegre.

É sabido por todos que o gaúcho possui características próprias em sua torcida. Além de ser um estado absolutamente blindado à influência externa – ao contrário de Paraná e Santa Catarina – suas torcidas muitas vezes são “exportadas” para regiões de colonização gaudéria país afora. Mas além destas propriedades, a configuração da torcida pelotense nos apresenta um outro elemento.

De todas as cidades já analisadas apenas aquelas com times fortes e na Série A foram capazes de concorrer com as grandes potências nacionais – Santos, Recife e Florianópolis, por exemplo. Nas outras localidades, a preferência se dá pelos forasteiros, ainda que existam times locais em divisões nacionais inferiores. É o caso de Ipatinga, Uberlândia, São José do Rio Preto e Cuiabá.

Pelotas é diferente. Embora faça parte do segundo grupo – ou seja, times locais cujas tradições residem muito mais no passado do que no presente – a preferência da cidade é por um deles. O orgulho local se mostra ainda mais aflorado no RS, de modo que o Brasil de Pelotas supera o poderoso Grêmio, por pequena margem:

Detalhamento da pesquisa:

Localidade: Pelotas/RS

Instituto: Instituto Pesquisa de Opinião (IPO)

Amostra: 402 entrevistas, de 03 a 05 de março de 2008.

A mesmíssima distância que faz do Brasil o mais querido (25,1%) também separa o Grêmio (22.4%) de seu grande rival, Inter (19,7%). Mais abaixo –ainda com percentual representativo – surge a segunda força regional, o Pelotas (10,2%). Incrivelmente, a cidade de 330 mil habitantes tem porte para um terceiro clube, o Farroupilha (2,7% da preferência). Ao São Paulo, verdadeiro “herói da resistência”, foi atribuído 0,2%. O que equivale a uma pessoa!

Uma cidade tão plural não poderia ser homogênea no tocante às faixas etária e de renda. Sendo assim, a liderança muda de mãos de acordo com os diferentes estratos:

  Pelotas/RS por faixa etária

 Pelotas/RS por nível de renda

No primeiro caso, vemos que quanto mais jovens, mais gremistas em Pelotas. O tricolor arrebata nada menos que 40,6% daqueles entre 16 e 24 anos, abrindo enorme vantagem para o Brasil – que ainda assim cresce ligeiramente (26,1%). Em pouco tempo, é possível que o Grêmio assuma a liderança do ranking na cidade. Mas o que impressiona é a distância do clube para o Internacional nesta faixa – o colorado possui apenas 11,6% da preferência, quase quatro vezes menos. Se considerarmos os resultados recentes de ambos, o Grêmio se mostraria um verdadeiro fenômeno de popularidade, remando contra seus próprios resultados esportivos.

Mas a tendência se inverte à medida com que se envelhece – ou enriquece. Os colorados superam os rivais entre a população de 35 a 44 anos, além de serem quase o dobro entre os maiores de 60 (23,5% a 13,2%). Como existe uma relação direta entre idade e poder aquisitivo, o Inter destoa entre os mais ricos: um terço dos que ganham mais de 11 salários mínimos. Ao Grêmio, cabe a liderança entre os menos abastados (de 1 a 5 S.M), até por conta da extrema juventude de seu torcedor.

Já o Brasil de Pelotas possui mais torcedores entre os jovens de renda intermediária, enquanto o Pelotas cresce entre os mais velhos de renda um pouco melhor. Chama atenção a fantástica popularidade do Brasil entre os pelotenses de 25 e 34 anos – geração que vivia a tenra infância numa das épocas mais gloriosas do clube.

Blog Teoria dos Jogos

Por Vinicius Paiva